Alguns pontos sobre os candidatos à Presidência da República

    



     Dentro de algumas horas saberemos quem será o novo presidente do Brasil. Em meio a tantas polêmicas, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) disputarão nesse segundo turno a vaga nas urnas, sendo que apesar das pesquisas estarem indicando uma leve vantagem do segundo candidato sobre o primeiro, no momento final tudo pode mudar.

     Como ouvi de um colega um dia desses, estamos num avião que passa por uma forte turbulência numa noite escura e chuvosa, sem noção alguma aonde iremos chegar. Longe de mim poder prever o que acontecerá nos próximos anos deste país, porém alguns pontos me chamam a atenção sobre cada candidato e gostaria de aproveitar a oportunidade para compartilhá-los. Vamos em frente:

Fernando Haddad

  • Claramente tem um currículo mais completo do que seu adversário, com destaque para a gestão da Prefeitura de São Paulo e do Ministério da Educação no Governo Lula; 
  • Defende os princípios esquerdistas, como desprivatização de empresas públicas, revogação da reforma trabalhista e criação/desenvolvimento de programas populares (o mais famoso é o do gás de cozinha a R$ 49,00); 
  • Não tem uma personalidade tão forte e sofre uma alta influência do ex-presidente Lula. Preso por corrupção, pode ter essa condição descartada num futuro próximo e ser o "verdadeiro" presidente do país; 
  • Tende a investir forte em Educação dada à sua formação e experiência; 
  • Por outro lado, pode ter dificuldades em enfrentar problemas gerenciais do governo, visto que sua administração em São Paulo não foi muito aprovada (49% de rejeição em 2017); 
  • Deve contar com políticos não eleitos e com alta rejeição por parte da população em seu governo (Dilma Rouseff, Fernando Pimentel...); 
  • Deve encontrar resistência no Planalto devido à grande composição de partidos de oposição (PSL principalmente). 
Jair Bolsonaro 
  • Tem experiência apenas na área legislativa (vereador e deputado federal). Isso indica inexperiência para a gestão pública e alta dependência de seus ministros, por exemplo, para desenvolvimento de suas políticas; 
  • Tem personalidade forte e é bastante perseguido pela mídia. Esse fato permite que o controle sobre suas ações seja o maior possível, o que pode ser bom para a população;
  • Conta com apoio de grande parte da bancada, e a princípio, dos governadores dos estados. Isso facilita a aprovação de projetos e programas; 
  • Defende os princípios da direta, como privatização, desburocratização e até mesmo supressão de alguns direitos trabalhistas para facilitar a geração de emprego (“uma hora terá que se escolher entre mais direitos ou mais empregos"); 
  • Apresenta discursos bastante questionáveis contra grupos como negros, mulheres e LGBT’s;
  • No momento, tem forte apoio do mercado financeiro, o que pode facilitar o desenvolvimento de suas políticas econômicas; 
  • Deve dar atenção maior à Segurança Pública, dada sua proximidade com o Exército e integrantes dele;
  • Deixa uma pulga atrás da orelha dos eleitores com discursos a favor da ditadura, por exemplo.

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