Várias marcas no uniforme do São Paulo FC. Destaque para as marcas de cor amarela, que em nada se relacionam com o "tricolor" do time paulista. |
Costumo dizer que vejo o futebol além dos dribles
e gols. Sou aquele telespectador que repara o número de público presente,
discute a disposição dos guardas pelo estádio, é hipnotizado pelo movimento das
placas publicitárias e adora admirar os uniformes das equipes. E se tem algo
que me incomoda, e já faz bastante tempo, é o excesso de patrocinadores nas
camisas. Até algum tempo atrás poderia dizer que apenas as equipes das divisões
inferiores, que lutam para fechar o balanço no positivo, apelavam para qualquer
proposta de anúncio, mas hoje não é verdade.
As grandes equipes também são seguidoras dessa “filosofia”. Infelizmente, as finanças dos times de futebol não estão proporcionais ao seu tamanho. Por isso, qualquer oportunidade, mesmo que por um curto período, é rapidamente aceita.
Este caso do Botafogo foi realmente vergonhoso, com o anúncio de uma loja de eletrodomésticos. |
Eu e grande maioria dos torcedores não são motivados a comprar a camisa que o time usa em campo, dada a imensa poluição visual. A alternativa é ficar com os modelos limpos, que a empresa de material esportivo produz, provavelmente até pensando neste aspecto.
O que me intriga é que a culpa não é apenas dos clubes. Até mesmo o Palmeiras, conhecido
atualmente por ser o time mais rico e com a melhor administração do país, sofre
com esse problema, por mais que só receba o dinheiro de um patrocinador!
A Crefisa, que tem investido vários milhões de reais no Palmeiras, também aderiu a filosofia do uniforme poluído. |
É claro que os clubes europeus servem de referência nesse quesito. Dificilmente apresentam mais que dois patrocinadores e recebem valores extremamente significativos, além de deixar a aparência da camisa mais elegante. Na minha opinião, é uma questão de oferta e demanda. Quanto maior a oferta, mais baixos serão os preços, enquanto o contrário resulta em uma “disputa” entre os consumidores (no caso, os anunciantes) que pagarão um preço mais alto pelo espaço concorrido.
Não é nenhuma novidade, mas a administração dos clubes continua precária. Entendo que deveriam ser realizados planejamentos, junto do anunciante, para que a marca fosse melhor divulgada, sem que a poluição visual precisasse existir. Com isso poderíamos ter maiores receitas com patrocínio para os clubes, maior venda de camisas com a imagem do patrocinador e maior exposição da marca do anunciante, ou seja, todo mundo sai ganhando...
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